Se os caminhões elétricos já são uma realidade nas ruas de grandes cidades brasileiras, o mesmo não acontecia com as estradas e o transporte intermunicipal e interestadual. Mas o país deu nesta semana um primeiro passo para seguir uma tendência cada vez mais forte na Europa e nos Estados Unidos.
Uma iniciativa da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), órgão do Ministério dos Transportes, em parceria com as Universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Brasília (UNB), permitiu a entrada em operação das primeiras unidades, em um regime de testes.
O programa conta ainda com a participação da Prometeon (pneus) e da Volvo, que trouxe exemplares de seu modelo FM Electric. Com autonomia estimada em 300 quilômetros e capacidade de carga de até 44 toneladas, eles são indicados para o transporte de curtas e médias distâncias.
Essas características permitem driblar, ao menos por enquanto, o grande obstáculo à adoção dos caminhões elétricos de grande porte no Brasil: a falta de uma rede de recarga na maior parte dos 213 mil quilômetros de malha rodoviária asfaltada. A carga completa do pesado da marca sueca é feita em duas horas e meia (AC).
Os testes ajudarão a avaliar o impacto provocado pelos elétricos no asfalto das rodovias e a definir uma regulamentação de peso por eixo específica.
Além da Volvo, atualmente as principais marcas do segmento, como MAN/Scania (Grupo VW); Mercedes-Benz e Iveco, contam com caminhões elétricos pesados em suas linhas.
Nos Estados Unidos, o potencial para este tipo de modelo levou à criação da Nikola, que também oferece versões movidas a hidrogênio. E até mesmo a Tesla, de Elon Musk, entrou na disputa, com seu Semi.