O motivo foi ciúmes e tal procedimento azedou as relações dela com o imperador. O fato aconteceu em 1827 e um ano antes aconteceu o falecimento de dona Leopoldina ficando vago o cargo de imperatriz. Domitila sonhava em ocupar a vaga, mas sua atitude ajudou a cair por terra seus anseios. Afinal, ela já sabia que sua irmã frequentava a cama do Imperador desde os tempos das primeiras visitas de dom Pedro à casa dos Canto e Melo em São Paulo, ainda quando este era príncipe regente.
Foi a marquesa de Santos quem de fato despertou graça ao herdeiro do trono, mas Maria Benedita, irmã mais velha engravidou um pouco antes que irmã. O romance com Domitila tornou-se rumoroso enquanto que o caso com Benedita foi tratado com mais discrição pelo fato dela ser casada, mesmo assim, já no Rio de Janeiro, o monarca usava a desculpa de sair em retiro ao Outeiro da Glória para visitar a baronesa de Sorocaba, que vivia num casarão próximo à igreja.
Agora arqueólogas que trabalham nas escavações de um terreno no entorno da Villa Aymoré, no Rio, em busca de informações sobre o passado do lugar, encontraram um trecho do antigo caminho privativo que ligava o casarão da baronesa ao outeiro. “Feito de calçamento pé de moleque, ele ainda guardava alguns dos furos usados para apoiar as tochas que iluminavam o lugar à noite e estava em ótimo estado de conservação”, disseram as arqueólogas Jackeline de Macedo e Ana Cristina de Oliveira Sampaio que desde 2010 trabalham no monitoramento da área.
Elas já recolheram cerca de 30 mil peças, com vestígios do século XVIII ao século XX e um dos que mais surpreenderam foi este caminho que estava atrás de onde estão as casas da Villa Aymoré. “Trata-se de um sítio arqueológico constituído por uma estrutura de caminho de pedra de mão, com cerca de cem metros, que se conservou, apesar dos anos de abandono”, disseram as pesquisadoras informando que esse caminho era utilizado pela baronesa para ir à igreja e dom Pedro seguia para lá usando o atalho.