A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) requerimento de urgência para projeto de lei da “reciprocidade ambiental”, que proíbe que o Brasil proponha ou assine acordos internacionais em que o país seja exigido a adotar medidas mais duras na área ambiental do que as cumpridas pelos demais signatários. A votação, simbólica, foi uma reação à promessa do Carrefour na França de que não compraria mais carne produzida no Brasil.
De acordo com parlamentares, a votação do requerimento foi simbólica, para “dar um recado” aos franceses sobre a insatisfação com a postura da empresa.
O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, criticou a produção de carne do Mercosul e disse que o varejista não compraria mais o produto para vender nos mercados franceses, mas depois recuou e, em uma carta, disse que não pretendia ofender o país.
O recuo ocorreu após os produtores brasileiros protestarem e ameaçarem não vender mais carne para o Carrefour no Brasil, o que levou a um breve desabastecimento. A carta de desculpas foi vista como insuficiente pelos pecuaristas.
O contexto da declaração do CEO global do Carrefour foi de protestos dos produtores rurais franceses contra a assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. A proposta está em vias de ser votada pelo Parlamento Europeu.
O PT decidiu apoiar a urgência do projeto, como uma resposta às empresas francesas, mas destacou que não concorda com o projeto se não houver alterações. “Da forma como está o projeto, ele pode dificultar nossa soberania. Ele pode dificultar nossas exportações”, disse o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS).