Em situações de emergência médica, como no caso de uma hérnia umbilical estrangulada ou encarcerada, a realização de uma cirurgia torna-se imprescindível, independentemente do tempo pós-parto. O cirurgião plástico Dr. Josué Montedonio explica que, nesses casos, a prioridade é preservar a saúde e evitar complicações graves. “Quando falamos de uma cirurgia de urgência ou emergência, como no caso de uma hérnia com risco de estrangulamento, não há necessidade de respeitar um tempo específico. Nesses casos, a saúde da pessoa está em risco, e não tratar pode causar danos ainda maiores,” enfatiza o médico.
Por outro lado, quando se trata de procedimentos estéticos, o Dr. Josué reforça que o ideal é aguardar o período recomendado, geralmente entre três a seis meses, dependendo da condição de cada paciente. Ele explica que o corpo da mulher passa por inúmeras transformações durante e após a gestação. Alterações hormonais, redistribuição de gordura e o estiramento da pele são apenas alguns exemplos de adaptações fisiológicas naturais que ocorrem para sustentar a vida gerada.
Impactos de realizar cirurgias estéticas antes do tempo ideal
Segundo o especialista, realizar uma cirurgia estética antes do período recomendado pode comprometer o resultado final. “O corpo ainda não terá retornado ao seu estado pré-gestacional. A recuperação da elasticidade da pele e a redistribuição da gordura precisam de tempo, e apressar esse processo pode afetar os resultados desejados,” explica Dr. Josué. Além disso, fatores como a amamentação devem ser considerados, já que o uso de medicações no pós-operatório pode impactar a qualidade do leite materno e até impedir a continuidade desse vínculo com o bebê.
Riscos à saúde no pós-gestação
Outro ponto crítico mencionado pelo cirurgião é o aumento do risco de eventos tromboembólicos no período pós-parto. Durante a gravidez e o puerpério, o corpo da mulher entra em um estado de hipercoagulabilidade sanguínea, tornando esses períodos naturalmente trombogênicos. Isso significa que há um risco significativamente maior de eventos tromboembólicos venosos, como trombose e embolia pulmonar. “O risco de eventos tromboembólicos venosos pode ser até cinco vezes maior durante o ciclo gravídico-puerperal. Por isso, o período pós-gestacional requer cuidados redobrados, especialmente ao considerar cirurgias eletivas,” alerta o Dr. Josué. Nesses casos, medidas preventivas, como o uso de anticoagulantes, podem ser necessárias para reduzir os riscos.
O impacto das escolhas na amamentação
Dr. Josué também reflete sobre a pressão que algumas mulheres enfrentam, especialmente aquelas cuja carreira depende da imagem. Ele destaca que, em certos casos, a ansiedade em retomar a rotina pode levar à decisão de interromper a amamentação para realizar uma cirurgia estética mais cedo. “Embora compreensível, é importante lembrar que a amamentação é um vínculo único e insubstituível com o bebê. Quando possível, esperar o tempo necessário preserva tanto a saúde da mãe quanto esse momento especial com o filho.”
Dr. Josué Montedonio reforça que o planejamento e a paciência são essenciais para garantir a segurança e o sucesso dos procedimentos. A cirurgia estética deve ser uma ferramenta para melhorar a autoestima e o bem-estar, mas sempre respeitando os limites e o tempo necessário para a recuperação natural do corpo.