Depois de uma década de suas conquistas – as últimas do país na competição – os paulistas Rafa Becker e Alexandre Rocha tentam repetir, na 69º edição do Brazil Open,
de 18 a 21 de abril, no Campo Olímpico do Rio de Janeiro, os títulos que conquistaram em 2014 e 2015, respectivamente.
Becker e Rocha venceram a maior e mais importante competição de golfe do Brasil quando ela ainda integrava o PGA Tour Latinoamérica, encerrado em 2023. Este ano, o Brazil Open faz parte do calendário do novo “PGA Tour Américas”, um circuito ainda mais forte e com prêmios maiores do que o antecessor.
A competição, que estreou em 2024 com dois torneios na Argentina, e terá outros 13 através do continente até o final da temporada, é o circuito de acesso para o Korn Ferry Tour (KFT), que por sua vez dá vagas para o PGA Tour, maior torneio de golfe do mundo.
Cada torneio paga 225 mil dólares em prêmios (R$ 1,14 milhão), sendo 40,5 mil dólares (R$ 206 mil) para o campeão.
Como em todo evento do circuito mundial profissional, para participar é preciso ser membro, ou seja, ter conquistado o direito de jogar lá. Becker e Rocha são os únicos brasileiros que têm o cartão do circuito, mas por a competição ser no Brasil, outros cinco brasileiros receberam convites para participar.
Já estão confirmados Felipe Navarro, Rodrigo Lee, Axel Balestre e Ronaldo Francisco, os quatro primeiros do ranking brasileiro profissional, que receberam os convites da organização, além de Breno Domingos, do Campo Público de Japeri, que ganhou o convite destinado ao campo sede.
O único golfista profissional brasileiro ausente será Fred Biondi, que já joga no KFT e competirá no circuito, nos Estados Unidos, na mesma semana.
Haverá ainda mais seis vagas para o “Brazil Open” em disputa numa classificação aberta a golfistas de todos os países na próxima segunda-feira, 15 de abril, no próprio Campo Olímpico, o “Monday Qualifying”.
O preço da inscrição para tentar a vaga é de 300 dólares (mais de R$ 1,5 mil), instituído pelo PGA Américas, como forma de desestimular a presença de golfistas sem reais condições técnicas de estar lá. Mas para ajudar os brasileiros, a Confederação Brasileira de Golfe, que organiza a competição, irá devolver o valor da inscrição do Monday Qualifying para os que porventura se classifiquem para o torneio principal.
A mudança de PGA Tour Latinoamérica para PGA Américas é mais do que semântica. O PGA Tour Latinoamérica era um dos três circuitos satélites do KFT ao lado do PGA Tour China e do PGA Tour Canadá. O PGA China foi extinto na pandemia e os outros dois fundidos no novo PGA Américas, que agora é o único da terceira divisão do sistema PGA Tour.
Além de prêmio maior – passou de 175 mil para 225 mil dólares por etapa, as vagas de acesso ao KFT, o principal para esses golfistas, também se multiplicaram. No sistema anterior, cada Tour dava cinco vagas, mas apenas um cartão era integral. Os outros quatro eram condicionais e sujeitos a uma reclassificação após os cinco torneios do ano. Quem não mostrasse serviço logo de cara, não jogava mais.
Agora, serão 15 cartões, todos integrais, para o KTF, sendo 10 para os mais bem colocados no final da temporada. Os outros cinco cartões serão distribuídos da seguinte forma: dois cartões para os dos melhores do ranking após os seis primeiros torneios do ano, todos na América Latina; e os três restantes para os três que mais somarem pontos considerados apenas os outros 10 torneios do ano, que serão jogados no Canadá e nos Estados Unidos. Muito melhor para os profissionais.
Este ano, são esperados no “Brazil Open” 144 jogadores (o limite) de 17 países. Desses, apenas os 60 mais bem colocados e empatados após os dois primeiros dias de jogo voltam a campo no final de semana para disputar os prêmios em dinheiro. Os que forem “cortados” não recebem premiação.
Esta será a terceira edição do torneio no Campo Olímpico que já recebeu a competição em 2016.
Disputado desde 1945, o “Brazil Open” já atraiu alguns dos melhores profissionais da história, como Gary Player, um dos seis golfistas que já completou o Grand Slam na carreira.
O golfista da África do Sul venceu a competição de 1972 e 1974, ambos no Gávea Golf, no Rio. Em 1974, Player se tornou o primeiro jogador da história a jogar abaixo de 60 tacadas em um Aberto internacional, ao marcar 59 na segunda rodada.
Mario Gonzalez, Sam Snead, Billy Casper, Raymond Floyd, Hale Irwin e Roberto de Vicenzo, seis vezes campeão, foram os outros grandes ídolos do golfe a jogar no maior torneio do Brasil.
Mas o maior vencedor da história do “Brazil Open” é o brasileiro Mario Gonzalez, que venceu oito vezes o torneio profissional, entre 1946 e 1969. Mário venceu ainda nove vezes o Amador do Brasil.