Entre os 76 pré-candidatos a prefeituras mais competitivos nas 26 capitais nas eleições de 2024, 17 trocaram de partido em meio à janela partidária, que se encerrou na sexta-feira (5), segundo levantamento do Ipespe Analítica analisado na edição desta quarta-feira (11) do Índice CNN.
Embora 22% dos pré-candidatos tenham trocado de partido durante a janela partidária, o período é destinado a trocas envolvendo vereadores, já que detentores de cargos majoritários – no contexto das eleições municipais: prefeitos e vices – e filiados sem mandatos são livres para deixar e se filiar a legendas.
Ainda assim, para o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, os números indicam que o “enraizamento” dos partidos na sociedade “praticamente inexiste”. “Eles (prefeitos, políticos e vereadores) mudam de legendas atrás de agremiações mais competitivas, com um volume de recursos amplo”.
No cálculo político de quem troca de legenda, estariam:
“É algo bastante negativo para nossa democracia”, disse Lavareda.
Outro destaque da janela partidária diz respeito à eleição municipal em São Paulo, onde todos os oito vereadores que estavam filiados ao PSDB deixaram a sigla, sendo que a maioria – quatro, no total – partiu para o MDB, do prefeito Ricardo Nunes, que busca a reeleição na capital.
Ainda na edição desta quarta do Índice CNN, Lavareda destacou que, se o PSDB acabar optando por não lançar uma candidatura própria em São Paulo este ano, será a primeira vez que, desde a fundação da sigla, os tucanos não terão um nome da sigla para disputar a corrida pelo comando da cidade.
“Isso dá uma dimensão de como o partido enfrenta dificuldades nesse momento, sobretudo na cidade mais emblemática do país – e mais emblemática ainda para a história do PSDB, por ser o berço político de suas candidaturas presidenciais”, destacou o cientista político Lavareda.