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Maratonar séries pode te fazer viver menos? Estudo nos EUA traz resposta preocupante

by Medicina Saúde
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Nada como deitar no sofá e assistir a um reality show alienante ou maratonar uma série depois de um longo dia de trabalho. Longe de mim estragar seu prazer culpado, mas uma nova pesquisa associou menos tempo de TV a um envelhecimento mais saudável.

Um estudo publicado no último mês na revista JAMA Network examinou duas décadas de dados do Nurses’ Health Study – uma pesquisa com mais de 45 mil mulheres que tinham mais de 50 anos de idade em 1992. Pesquisadores que analisaram os resultados em 2022 concluíram que assistir a duas horas adicionais de TV por dia foi associado a uma diminuição de 12% nas chances de envelhecimento saudável, definido com base nas mulheres que viveram até pelo menos 70 anos sem ter uma ou mais doenças crônicas de um grupo de 11 patologias mais comuns e que não apresentaram deficiência física ou cognitiva (41% das participantes não apresentavam nenhuma das doenças crônicas após a marca de 20 anos).

Por outro lado, a adição de duas horas de atividade física leve no trabalho por dia foi associada a um aumento de 6% nas chances de envelhecimento saudável. A troca de uma hora de TV pelo exercício físico leve no trabalho ou em casa também aumentou as chances de envelhecimento saudável. Além disso, para aquelas que dormiam rotineiramente menos do que o mínimo recomendado de sete horas por noite, substituir o tempo de TV por descanso aumentou as chances de envelhecimento saudável.

Passar muitas frentes assistindo TV leva a comportamentos menos saudáveis Foto: Matteo Zin/CreativePhotography/Adobe Stock

Os pesquisadores calculam que 61% das idosas não saudáveis poderiam melhorar a saúde se aderissem a uma combinação de fatores de estilo de vida, como assistir a menos de três horas de TV por dia, manter um peso saudável e fazer pelo menos três horas de atividade física leve durante o trabalho.

“Dada a forte associação observada entre o estilo de vida sedentário e o envelhecimento saudável, as campanhas de saúde pública deveriam não apenas promover o aumento das atividades físicas, mas também a diminuição dos comportamentos sedentários, especialmente o hábito de assistir TV por períodos prolongados”, concluem os pesquisadores.

Como monitorar seu tempo de TV

Não é que você tenha que jogar a TV pela janela. Os resultados confirmam estudos anteriores que mostram que ficar sentado é o novo fumar. Uma pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine no ano passado descobriu que as pessoas que ficavam sentadas mais de 12 horas por dia tinham um risco de mortalidade 38% maior que as pessoas que ficavam sentadas por oito horas por dia.

O Nurses’ Health Study também destaca que ficar sentado por muito tempo pode reduzir a sensibilidade à insulina, o que coloca as pessoas em risco de doenças crônicas como o diabetes. Além disso, pode aumentar a inflamação e reduzir o fluxo sanguíneo.

Portanto, o problema talvez seja ficar sentado, e não tanto seu vício em séries (ufa!). Então, tente estabelecer limites para o tempo que você passa na frente da TV ou faça uma pausa de cinco minutos para um “lanche de exercícios” a cada 30 minutos no sofá.

Pequenas caminhadas podem ajudar a combater nosso estilo de vida sedentário e reduzir significativamente os picos de açúcar no sangue. Considere a possibilidade de deixar a TV ligada enquanto cozinha ou de prestar atenção ao consumo de alimentos na frente da TV, especialmente porque muitos de nós também trabalhamos sentados o dia todo.

Os pesquisadores também apontam que ficar sentado na frente da TV pode promover outros hábitos que levam a um envelhecimento não saudável, como comer sem prestar atenção e ficar acordado até tarde da noite. Se você puder controlar esses hábitos, estabelecer limites para a TV ou até mesmo se movimentar com a TV ligada, estará fazendo um grande favor à sua saúde. Duas horas de TV já fazem diferença, então reduzir o tempo pode ajudar.

“Devido aos avanços tecnológicos, o tempo que os adultos de países industrializados passam sentados vem aumentando constantemente há décadas”, escreveu Keith Diaz, professor associado de medicina comportamental da Universidade de Columbia, na Fortune. “Com a migração para um trabalho mais remoto, as pessoas estão menos inclinadas a sair de casa. Portanto, está claro que são necessárias estratégias para combater esse problema crescente de saúde pública do século 21″.

Os pesquisadores consideraram fatores socioeconômicos, histórico de saúde familiar, sono, dieta e fatores da menopausa no estudo. No entanto, o estudo analisou apenas enfermeiras nos Estados Unidos e os dados foram relatados por elas mesmas, então não existe uma relação universal ou causal entre assistir TV e o envelhecimento não saudável./TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Esta matéria foi originalmente publicada em Fortune.com.

Fonte: Externa

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