A família de O. J. Simpson, conhecido jogador de futebol americano que foi acusado de assassinar a ex-mulher e seu namorado, informou nesta quinta-feira, 11, que ele morreu de câncer, aos 76 anos.
“Em 10 de abril, nosso pai, Orenthal James Simpson, sucumbiu à batalha contra o câncer. Ele estava cercado por seus filhos e netos. Durante este período de transição, a família dele pede respeito ao seu desejo de privacidade e graça”, disse a nota publicada nas redes do ex-atleta.
Simpson foi alvo de um dos julgamentos de maior repercussão midiática na história dos Estados Unidos. Embora ele não tenha sido considerado culpado pelas mortes de Nicole Brown Simpson e Ronald Goldman, um processo civil movido pelas famílias das vítimas conseguiu que ele fosse considerado “responsável” (diferente de “culpado”) por homicídio doloso e agressão, três anos após o processo acabar, nos anos 1990.
Quem foi O. J. Simpson
Nascido em São Francisco, o atleta se destacou no futebol americano na faculdade, enquanto estava na Universidade do Sul da California. Depois, estabeleceu recordes jogando no profissional, pelas equipes do San Francisco 49ers e Buffalo Bills.
O. J. Simpson também atuou em diversos filmes, como “O Homem da Klã” (1974), “Inferno na Torre” (1974) e “A Travessia de Cassandra” (1976), enquanto ainda estava na NFL. Depois de se aposentar do mudo dos esportes, em 1979, ele continuou a carreira de ator – até que sua prisão interrompeu projetos audiovisuais.
Relembre o caso
Em 12 de junho de 1994, a ex-esposa de O. J., Nicole Brown Simpson, e seu namorado, Ronald Goldman, foram encontrados mortos do lado de fora de sua casa na cidade de Brentwood, na Califórnia. O jogador de futebol já havia sido acusado de violência doméstica (o que ele não contestou) enquanto ainda era casado, e portanto foi considerado suspeito.
Ao invés de se entregar, tentou fugir no seu carro, Ford Bronco branco, o que deu início a uma perseguição pela polícia. A cena, televisionada em 17 de junho, atraiu uma audiência de cerca de 95 milhões de espectadores.
O julgamento que se seguiu ao caso tornou-se um circo mediático. O. J., porém, acabou sendo considerado inocente pelos dois assassinatos.
Mas em 1997, a família de Ronald Goldman abriu uma ação civil contra o ex-atleta, em que ele foi imputado por homicídio culposo e agressão contra Ronald, além de agressão contra Nicole. O. J. foi condenado a pagar uma indenização de US$ 33,5 milhões.
Mais tarde, por conta de outros crimes, ele cumpriu quase nove anos de prisão. O ex-jogador de futebol envolveu-se em um esquema de vendas de colecionáveis de esporte em Las Vegas, sendo condenado por roubo, sequestro e outras acusações. Ele foi libertado em 2017.