O número de estrangeiros que visitaram o Brasil entre janeiro e setembro deste ano é 12% maior que no mesmo período do ano passado. Foram 4,9 milhões de turistas internacionais e a expectativa do governo federal é de que 2024 bata o recorde de visitas, já que outubro, novembro e dezembro são meses muito atrativos para os viajantes.
Caminhos do Brasil é uma iniciativa dos jornais O GLOBO e Valor Econômico e da rádio CBN, com patrocínio do Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas federações. O encontro reuniu Celso Sabino, ministro do Turismo; Marcelo Freixo, presidente da Embratur; e Ana Carolina Medeiros, presidente do conselho da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) Nacional. A mediação foi de Glauce Cavalcanti, jornalista do GLOBO, e Marcello Corrêa, coordenador da sucursal do Valor em Brasília.
O ministro Sabino destacou a importância da realização de grandes encontros internacionais como a Cúpula de Líderes do G20, que acontece em novembro no Rio de Janeiro, e a COP 30, em novembro de 2025, em Belém (PA).
— O governo brasileiro tem tido muito êxito na atração de eventos internacionais para nosso país. Um evento como a COP 30 vai nos ajudar muito a passar a imagem do Brasil da forma como realmente é e essas pessoas vão voltar para seus destinos e fazer a nossa divulgação correta, vão querer voltar ao Brasil com seus familiares.
Sabino mencionou o esforço para enfrentar notícias falsas sobre o Brasil, em especial em relação à segurança pública:
— Nós convivemos todo dia com situações de fake news, mas atuamos para combater. Claro que existem episódios de falta de segurança em nosso país, como existem em diversos países do mundo. Esse gargalo a gente tem conseguido superar. Pesquisas mundiais têm apontado o Brasil como grande destino turístico e o próprio brasileiro está percebendo isso, está viajando mais pelo Brasil.
No caso do turismo interno, o alto custo das passagens aéreas e a dificuldade de levar insumos para destinos distantes foram mencionados como desafios a serem enfrentados.
— Estamos numa cruzada para apresentar um ambiente de negócios mais favorável para que companhias aéreas venham se estabelecer no nosso país, com mais ofertas e menores preços — afirmou o ministro.
O presidente da Embratur citou aumento na malha aérea internacional:
— São 18% mais voos internacionais chegando ao Brasil em 2024 do que tivemos em 2023. O Brasil é um país de dimensão continental, é duas vezes a Europa do euro.
Também mencionou o recorde de arrecadação: de janeiro a agosto deste ano a receita com turismo internacional foi de US$ 4,8 bilhões, superando o mesmo período do ano passado, que registrou US$ 4,4 bilhões.
— O turismo hoje é uma solução em termos de modelo de desenvolvimento para o Brasil. Representa 8% do PIB brasileiro. Sempre digo que vamos terminar o século XXI de maneira diferente. Os números de 2024 são muito animadores, fruto de um trabalho conjunto. O Brasil é muito conhecido em alguns mercados como destino de sol e praia, mas a gente tem trabalhado muito o Brasil como o espaço da diversidade. O Brasil é sol e praia, mas é cultura, é natureza, é gastronomia. A gastronomia é uma ferramenta muito importante nessa diversidade — afirmou Freixo.
Ana Carolina Medeiros reiterou o turismo como fator de crescimento:
— Gera renda e emprego, é imediato. Se você tem um evento hoje em uma cidade pequena, essa cidade se movimenta na economia, traz muito resultado positivo tanto para as iniciativas privadas como para o município, o estado, que têm a arrecadação. A parceria público-privada está muito conectada para desenvolver nossos destinos, para todos os gostos. De praia, terra, floresta, Pantanal. Os números são muito animadores.
O preocupação com a sustentabilidade também foi tema do encontro e os debatedores mencionaram iniciativas que vão além do ecoturismo. Freixo citou o turismo regenerativo, em que os visitantes fazem contribuições para, por exemplo a preservação dos corais do Nordeste ou das onças do Pantanal. Celso Sabino anunciou a criação do Centro de Resiliência Turística, com sede no Rio Grande do Sul, que viveu uma tragédia decorrente das adversidades climáticas, durante as enchentes de abril e maio.
— Resiliência turística é a resposta célere a eventos como esse. Agir prontamente para que as pessoas sejam socorridas, para que as estruturas sejam recuperadas e você tenha a atividade econômica do turismo voltando a funcionar da forma mais rápida possível — afirmou Sabino.
O ministro destacou as parcerias do governo federal com a iniciativa privada:
— Temos uma fina sintonia com o Sistema S, com a CNC, que tem nos ajudado a promover atrativos e destinos turísticos. Por exemplo: Parintins e o Círio este ano foram apoiados pelo Ministério do Turismo em parceria com a CNC. Essa nossa parceria Embratur / Ministério do Turismo com a CNC está dando resultados que todos nós podemos observar.