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Parada cardíaca: Por que é tão letal? O que fazer antes da chegada do SAMU?

by Medicina Saúde
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A American Heart Association (AHA), uma das principais organizações dedicadas à saúde do coração, divulgou recentemente um alerta importante: 9 em cada 10 pessoas que sofrem uma parada cardíaca fora do hospital não sobrevivem. Além disso, apenas 40% das vítimas recebem alguma assistência imediata antes da chegada dos socorristas.

Manobra de ressuscitação cardiopulmonar pode ser feita por todos e salva vidas Foto: pixelaway/Adobe Stock

O que muita gente não sabe é que o socorro nesses casos não é um trabalho só para médicos, enfermeiros ou bombeiros. Salvar uma vida pode estar literalmente em nossas mãos.

Até a chegada de ajuda técnica, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), qualquer pessoa pode fazer a chamada ressuscitação cardiopulmonar – uma série de compressões no tórax para manter o coração bombeando sangue. A técnica, conhecida como massagem cardíaca, aumenta de três a quatro vezes a chance de sobrevivência.

Mas o que é uma parada cardíaca? Por que ela é tão perigosa? E o que pode ser feito antes de o Samu chegar? Entenda a seguir.

Como acontece

Na parada cardíaca, o mau funcionamento do coração provoca um batimento cardíaco irregular (chamado de arritmia). “Essa arritmia faz com que o coração pare de bombear sangue, levando à parada do órgão”, explica o cardiologista Antônio Amorim, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Essa parada da circulação também afeta o cérebro, pulmões, rins e outros órgãos.

A partir daí, a pessoa deixa de responder, fica sem respiração ou ofegante, explica a AHA. “Se o paciente tiver uma arritmia cardíaca, ele perde a consciência em até sete segundos”, conta Agnaldo Piscopo, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

Sem oxigenação, as células do cérebro começam a morrer, levando a lesões irreversíveis e ao óbito do paciente. De acordo com Piscopo, as chances de sobrevivência caem a uma taxa de até 10% a cada minuto.

Diferença entre parada cardíaca e ataque cardíaco

A parada cardíaca é uma interrupção súbita e inesperada da função do coração, o que leva à perda de consciência e da respiração.

Já o infarto (ou ataque cardíaco) é um problema de circulação sanguínea. Ele ocorre quando uma das artérias coronárias, responsáveis por levar sangue e oxigênio ao coração, fica bloqueada.

Se o bloqueio não for rapidamente desfeito, a porção do coração que depende dessa artéria começa a morrer por falta de oxigênio. Com isso, pode acontecer uma perda de função cardíaca.

“O infarto pode causar uma parada cardíaca, mas nem toda parada cardíaca é causada por infarto”, resume Amorim.

Causas

Geralmente, a parada cardíaca é secundária a doenças do coração. A principal delas é a doença coronariana – causada pelo entupimento das artérias que irrigam o órgão, frequentemente devido a colesterol alto e formação de coágulos (trombos).

O problema pode levar a um infarto e, em seguida, à parada. “Entre a obstrução do vaso e a parada cardíaca, podem se passar apenas poucos segundos”, explica Piscopo.

Entre pessoas abaixo dos 35 anos, porém, a parada cardíaca geralmente está ligada a doenças genéticas como a miocardiopatia hipertrófica, em que o músculo do coração (miocárdio) aumenta de tamanho e se torna mais espesso. A condição pode ser silenciosa, sem sintomas, e dificultar o bombeamento de sangue.

Quando o indivíduo tem algum problema cardíaco como esse, uma parada cardiorrespiratória pode acontecer de repente, mesmo que ele nunca tenha apresentado sintomas ou tenha sentido os incômodos somente nas últimas horas. Esses casos são chamados de “morte súbita”.

O que fazer até o Samu chegar

Em uma emergência como a parada cardíaca, agir rápido é essencial. O primeiro passo é verificar se a pessoa responde. Tente acordá-la e observe se está respirando. Se não houver resposta, movimentos do tórax ou respiração, é hora de chamar ajuda imediatamente.

Se o paciente estiver com arritmia ou não apresentar batimentos, será necessário dar um choque no coração para que ele volte a bater normalmente, diz Piscopo. Para isso, é necessário o uso de um desfibrilador. Mas enquanto a ajuda com o equipamento não chega, é preciso fazer a ressuscitação cardiopulmonar para manter o coração funcionando.

Os médicos explicam que devem ser feitas compressões no tórax com as mãos, firmes e ritmadas, com uma frequência de 100 a 120 compressões por minuto e uma profundidade de 5 a 6 centímetros.

Vale dizer que existe o desfibrilador externo automático (DEA), um equipamento projetado para uso por qualquer pessoa, mesmo sem treinamento prévio, que pode ser encontrado em alguns locais públicos como shoppings e aeroportos.

Depois do atendimento de emergência para “reiniciar” o coração, o paciente deve ser levado ao hospital o mais rápido possível.

Fonte: Externa

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