Compartilhar é a palavra da moda nesta temporada de verão, pelo menos no mercado de casas de alto padrão do litoral brasileiro. Seja no modelo de multipropriedade clássico ou no formato de sociedade para aquisição de mansões à beira-mar, cada vez mais pessoas têm aderido à ideia de que dividir a posse de um imóvel na praia é mais eficiente e inteligente do ponto de vista do uso e do investimento.
“Mais do que o crescimento do setor, chama a atenção a elevação do nível dessas propriedades, cada vez mais bem localizadas e sofisticadas”, analisa Caio Calfat, diretor-geral da consultoria. É o caso da Ilha Carapituba, na Baía de Todos os Santos, em Salvador (BA).
Com mais de cinco mil metros quadrados, abriga uma mansão de sete suítes, com piscina, spa e academia. A propriedade foi dividida em quatro cotas de R$ 22,8 milhões, incluindo uma lancha italiana de 62 pés, ancorada no píer.
“É a primeira ilha privativa de uso compartilhado do mundo. Fez tanto sucesso que vendemos todas as cotas antes mesmo de lançar o produto”, conta Marcus Matta, CEO da Prime You, empresa responsável pelo negócio e especializada em compartilhamento de propriedade: de casas a aviões.
A Prime You tem oito ativos imobiliários no portfólio atual, parte deles integrante do programa Duo, que combina casa e barco. Essas propriedades ficam em Guarujá (SP) e Angra dos Reis (RJ), onde a empresa deve lançar neste ano um condomínio de residências com VGV estimado em R$ 1,6 bilhão.
Em comum, a divisão de custos de manutenção, serviços de governança e estafe de funcionários — incluindo um chef de cozinha formado pela escola francesa Le Cordon Bleu — entre os donos.
“É um jeito inteligente de ter uma casa de alto padrão na praia, podendo vivenciar uma experiência personalizada, com decoração e produtos de consumo exclusivos para cada família. Afinal, a compra é compartilhada, mas o uso deve ser exclusivo”, explica Matta.
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A ilha é o exemplo mais recente — e eloquente — da consolidação do mercado de compartilhamento de propriedades de luxo no litoral brasileiro. Na avaliação dos players do segmento, o público de alta renda está cada vez mais convencido da validade e da qualidade do modelo.
“Desde que fundei a empresa, há três anos, venho observando aumento na aceitação do compartilhamento desses bens. Afinal, se as pessoas gostam de se hospedar em hotéis cinco estrelas, em que as suítes são usadas por várias pessoas, por que não fazer o mesmo com a casa de praia?”, pergunta Roberto Pinheiro, CEO da MyDoor.
Com cerca de 30 propriedades, a empresa viu sua operação de venda de residências, todas fracionadas entre dois e oito sócios, crescer 50% em 2024. “Agora, a demanda é por projetos sob medida de grupos de clientes que desejam dividir uma casa entre si”, conta Pinheiro.
Nesse caso, a MyDoor cuida de tudo: adquire o imó- vel, cria a empresa (SPE) que será dona da casa, faz a estruturação jurídica da sociedade, desenvolve o regulamento interno e entrega o imóvel pronto. “O uso de segunda residência é extremamente ineficiente, seja no Brasil ou no mundo. Em geral, as casas de praia ficam fechadas 80% do tempo ao longo dos anos. Nossa proposta estimula o uso delas mesmo fora de temporada”, diz Pinheiro.
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Em Búzios, no litoral fluminense, o Grupo ST Desenvolvimento Imobiliário acelera as vendas do empreendimento Casa Búzios. Situado na Praia Rasa, conta com residências de duas a cinco suítes, projetadas pelo arquiteto David Bastos.
Entre os destaques do condomínio estão mais de 30 itens de lazer (incluindo uma lagoa de água doce, própria para banho) e um “beach club” com restaurante, bar, spa, academia e centro de esportes náuticos. A primeira fase, com 168 casas, será entregue em 2026. “É um grande condomínio de casas de luxo no Brasil no modelo ‘luxury share’. Por um preço conveniente, as pessoas realizam o desejo de ter um imóvel de alto padrão em um dos balneários mais charmosos do país”, afirma Marcelo Conde, CEO do Grupo ST. As cotas partem de R$ 140 mil, para duas semanas de uso por ano.
O apelo do luxo tem elevado o nível dos produtos mesmo quando voltados para a classe média. É o caso dos empreendimentos da GAV Resorts, com projetos em praias como Porto de Galinhas (PE), Maragogi (AL) e Jericoacoara (CE), que tem investido na sofisticação dos apartamentos e dos ambientes de lazer. “Todo mundo gosta do que é bom e quer ter o melhor. Nossos produtos procuram atender a essa demanda e, em cada projeto, aprimorar acabamentos, mobiliário e lazer para oferecer ao cliente uma experiência diferenciada”, explica Manoel Neto.
O preço médio das cotas na GAV é de R$ 55 mil. Em 2024, a companhia somou R$ 3,2 bilhões em VGV vendido, 10% a mais do que no ano anterior. Neste ano, a empresa pretende lançar resorts em praias do Nordeste, onde o estoque ficou baixo devido à alta procura.
SÃO PAULO RECEBE FEIRA MUNDIAL DE PEDRAS NATURAIS
A capital paulista será palco da estreia da Marmomac Brazil, edição nacional da maior feira de pedras naturais do mundo, que acontecerá de 18 a 20 de fevereiro no Pavilhão de Exposições do Distrito Anhembi. A Marmomac foi criada na Itália e é realizada na cidade de Verona há mais de 50 anos. A expectativa é receber 15 mil visitantes de 60 países e cerca de 200 expositores.
SANTA CATARINA DOMINA RANKING DO FIPEZAP
O estado de Santa Catarina tem quatro municípios no top 5 do Índice FipeZap das cidades brasileiras com o metro quadrado mais valorizado no ano de 2024. Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema e Florianópolis encabeçam a lista, publicada no início deste mês. Liderando o ranking, Balneário Camboriú fechou o ano passado com o metro quadrado avaliado em R$ 13.911.
PARCERIA ENTRE ABIMÓVEL E APEXBRASIL É RENOVADA
A Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel) e a ApexBrasil, agência federal de promoção de exportações, renovaram parceria para a realização do projeto setorial Brazilian Furniture, que objetiva impulsionar a internacionalização de marcas de móveis brasileiras. No biênio 2023-2024, a iniciativa movimentou US$ 367 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) em negócios.
